Os astecas formaram um grande império
Dizia
uma lenda asteca que o deus Huitzilopochtli prometeu conduzir o seu povo da
região de Aztlãn, no sul dos atuais Estados Unidos, até a área onde hoje está a
capital do México. Ali deveriam erguer um templo e construir uma cidade, numa
ilha rochosa da qual se avistaria "uma águia devorando alegremente uma
serpente".
Depois de 260 anos de peregrinação, os astecas chegaram ao local
indicado pelo oráculo e ali construíram uma pequena cabana de bambus, o primeiro templo de Huitzilopochtli
e o núcleo inicial da futura cidade de Tenochtitlán.
Segundo alguns historiadores, a fundação da cidade ocorreu em 1325, numa ilha
do Lago Texcoco, região do atual México, A partir de Tenochtitlán, conquistaram
cidades e povos vizinhos, o que resultou na formação de um grande império.
A
guerra era uma das atividades centrais dos astecas. Por meio dela, dominavam
outras sociedades, obrigando-as a pagar tributos e reconhecer sua autoridade
política e militar.
Os
tributos pagos aos chefes astecas na forma de produtos (como ouro e cacau)
possibilitaram transformar Tenochtitlán em uma grande e bela cidade. Estima-se
que, em meados do século XV, Tenochtitlán tivesse entre 200 e 300 mil
habitantes, e que o império reunisse ao todo cerca de 11 milhões de pessoas.
As atividades econômicas
A agricultura era a base da economia
asteca. Cultivavam-se milho, feijão, pimenta, abóbora, cacau, algodão, tabaco,
frutas e verduras. Domesticavam perus, cachorros e patos. A caça, e a pesca e a
coleta também eram atividades importantes para a sobrevivência dos astecas.
Os
astecas construíam terraços sobre a água dos lagos, nos quais cultivavam flores
e hortaliças. Essas pequenas ilhas artificiais, feitas com a lama acumulada nas
margens dos lagos, recebiam o nome de chinampas.
Os astecas desenvolveram um refinado
artesanato em cerâmica, pedras e metais. Os artesãos trabalhavam tanto nas
residências como nos templos, e também em oficinas instaladas nos palácios do
imperador e dos altos funcionários do Estado. Ao que parece, eram bem
remunerados. Suas esposas teciam e bordavam.
A educação de
meninos e meninas
Com a
compreensão do Codex Mendoza, os historiadores puderam ter mais
informações a respeito da educação das crianças parece ter sido uma das
principais preocupações dessa sociedade.
Pelo
que mostra o Codex, a
educação era essecialmente prática, mas também severa. Pais e tutores
castigavam as crianças que, na visão deles, não queriam estudar. Essas crianças
podiam ser arranhadas com espinhos ou obrigadas a respirar fumaça de uma
fogueira onde queimavam pimentas vermelhas.
->Os meninos
Nos primeiros anos, a educação limitava-se
a bons conselhos e a pequenas tarefas domésticas. O menino aprendia a carregar
água, madeira, acompanhava o pai ao mercado e recolhia os grãos de milho
espalhados pelo chão. Dos sete aos catorze anos, os meninos aprendiam a pescar
e a dirigir os barcos. Aos quinze anos, os jovens podiam entrar para dois
centros de ensino: o calmecac ou o telpochcalli.
O calmecac era uma espécie de templo ou
mosteiro, dirigido por sacerdotes. Ele admitia preferencialmente filhos de
altos funcionários do Estado, mas também aceitava filhos de comreciantes e, em
alguns casos, jovens das famílias pobres. A educação no calmecac, extremamente
rigorosa, visava formar sacerdotes e altos funcionários do Estado.
O telpochcalli, em geral, formava
cidadãos para atuar no comércio, em postos menos elevados do Estado ou nas
atividades militares. Nesses centros os alunos tinham muito mais liberdade e
eram tratados com menos rigor que na escola sacerdotal.
->As meninas
A educação das meninas na sociedade asteca
cabia ás mães. Até os seis anos de idade, a menina observava a mão tecendo.
Depois, começava a realizar as operações mais simples no tear. Entre os sete e
os catorze anos, as meninas fiavam algodão, varriam a casa e moíam o milho. Por
fim, aprendiam a manejar plenamente o tear, um dispositivo complexo, que exigia
prática e habilidade.
A religião e a arte
Os astecas eram politeístas e tinham o
costume de construir templos para os distintos deuses: Tlatoc, deus da chuva e
do trovão; Quetzalcoatl, deus do vento, da escrita, do calendário e das
artes; Xipe Totec, deus dos ourives; Chicomecoatl, deusa do milho e da
fertilidade; e muitos outros. Às vezes eram templos grandiosos, na forma de
pirâmides. Neles reaçizavam cultos religiosos e sacrifícios humanos.
Geralmente, as vítimas ferecidas em sacrifício eram prisioneiros de guerra ou
escravos.
A
pintura foi muito usada nos códices, com temas figurativos ou geométricos. Com
a cerâmica, construíam vasos e outros utensílios domésticos, pintados com temas
religiosos. O colorido era intenso.
O
artesanato era riquíssimo. Os astecas tingiam tecidos feitos de algodão para
confecção de roupas e produziam mosaicos de plumas muito apreciados. As joias
eram preparadas usando ouro, prata e, muitas vezes, pedras semipreciosas, como
jade e turquesa.
O calendário asteca
O calendário asteca era complexo, mas
preciso. é o mais antigo do que o calendário gregoriano, que usamos até hoje.
Os astecas dividiam o ano em 18 meses. Cada mês tinha 20 dias e era
representado por um símbolo: crocodilo, vento, casa, lagarto, serpente, cérebro, veado, coelho, égua,
cachorro, macaco, ervas, cana, jaguar, águia, abutre, movimento, faca de pedra,
chuva e flores. Havia 5 dias especiais dedicados aos sacrifícios. Dessa forma,
completavam os 365 dias do ano solar.
Vocabulário:
Oráculo: Sacerdote de um deus que aconselhava às pessoas usando o método de adivinhação.
Codex Mendoza: A palavra codex refere-se ao conjunto de desenhos e escritos feitos pelos astecas e por outros habitantes da região do México, entre 1541 e 1542. Neles os nativos descreveram eventos importantes da sua história e cenas da vida cotidiana relacionadas à comida, bebida, diversão e educação. O mais conhecido deles é o Codex Mendoza.